segunda-feira, 24 de março de 2003

Surpresa no Oscar, se é que isso é possível. O documentário Tiros em Columbine, do cineasta Michael Moore, ganhou o prêmio. O tema é indigesto em tempos de Bush: uma crítica ácida à indústria armamentista e ao pensamento de que tudo se resolve com uma arma para cada cidadão. Ainda mais pq Moore escreveu um livro detonando o governo de W.C.Bush (que virou best-seller) e é considerado o inimigo nº 1 do presidente americano.

Mas o melhor foi sua atitude e seu discurso ao ganhar o Oscar. Chamou todos os indicados para irem ao palco junto com ele e discursou: "Meus amigos, também indicados, estão sendo solidários comigo agora. Todos nós filmamos não-ficção, e isso num país onde eleições fictícias elegem um presidente fictício que cria uma guerra com razões fictícias." Ao fundo, ouviam-se aplausos e vaias, refletindo o sentimento dividido do povo americano. Não preciso nem dizer que espero ansiosamente a estréia de Tiros em Columbine, né?

quinta-feira, 20 de março de 2003

A GUERRA É SHOW!!!

Na sociedade do espetáculo em que vivemos, seremos maridos de Ana Paula Padrão durante um tempinho... Mas não se animem, rapazes! Ela estará ao nosso lado na hora de dormir só pra nos servir Bushada de Bode Expiatório, irá a todo momento nos dizer quando, onde e quantas bombas atingiram o Iraque, e só irá sumir de nossa frente se for pra mostrar imagens ao vivo de Bagdá. Nem dança do ventre vai ter, pra nos alegrar homenageando o mais novo World Trade Center.

Vasco e Fluminense decidindo a final? A toda hora o locutor nos lembra que, a qualquer momento, quando menos esperarmos, num susto ou num gritinho de "Surpresa!", mais notícias sobre a iminente guerra no Iraque. Iminente, eminente, Eminem, eminência parda e minoria belicista defecando na maioria pacifista. O Alto Comando com o olho grande besuntado de petróleo, e que opções para nosso entretenimento? Futebol, Ana Maria Braga, guerra, João Kleber... É só trocar de canal e... escolher?. Na CNN, a cara-de-pau oficializada e justificada (ô Max Lucado...); nas demais, um repeteco de macaquinhos de imitação com a cara da Padrão (menos mal). Ela anuncia, interrompendo os 5 minutos finais da eletrizante final carioca: "O Iraque PODE ESTAR sendo bombardeado nesse momento". Pode estar? E isso lá é notícia? É, pode ser.

A mídia é a grande personagem dessa e das demais guerras que virão. O instrumento preferido para lavagem cerebral sutil, jogando todo pensamento alternativo na vala dos anti-patrióticos, utópicos, sonhadores, malucos etc e tal. Ah, pra que cocaína, maconha, crack e tudo o mais? Eu tô dopadão pela TV, pela desinformação, pela única versão de uma guerra de um homem burro pra cacete mas que usa a pouca inteligência que lhe resta pra manipular o necessário, ou seja, aqueles que traduzem à sociedade o que com ela acontece: os intermediários, a inter-mídia, e o povo americano achando que o Ungido é do Texas, assim como nossa versão tupiniquim... deixa pra lá.

Agora a gente marca o cinema pra depois do Big Brother Bagdá: todos os dias, na sua telinha, quer vc queira ou não.

domingo, 9 de março de 2003

Outros testes doidinhos...


Qual é a sua personalidade?



eu sou o horácio!
Qual personagem chato da turma da mônica você é ?


OS IRMÃOS SALLES ARREBENTAM!

Se vc acha que as únicas realizações de Walter Salles Jr. são "Central do Brasil" e "Abril Despedaçado", precisa ver o que ele e o irmão (João Moreira Salles) já fizeram em forma de documentário... Ontem vi dois filmes (do João, com edição do Walter), na sala de vídeo do CCBB, que valem muito conferir!

Futebol 3 é um documentário cujo tema principal é a vida de um ex-jogador de futebol. Como acontece essa mudança? O cara sempre jogou e de repente tem que começar tudo de novo, uma nova carreira. A fama já não está com ele, como é o dia-a-dia de uma ex-celebridade da bola? O filme conta com depoimentos de Bellini, Nilton Santos, Zico, PelÉdson Arantes, Dadá Maravilha. Mas o barato mesmo é que a equipe de filmagem passou uma semana com Paulo César Caju, polêmico ex-jogador que é uma figuraça!!!!! É meio reality show, mas com uma contribuição à sociedade bem elevada a dos Big Brothers da vida...

Em Santa Cruz, João Salles acompanha por 9 meses o cotidiano de uma igreja evangélica minúscula no bairro da Zona Oeste do Rio, numa comunidade bem pobre. Mas ver a simplicidade da fé, a comunhão genuína, testemunhos e louvores na vida de quem tinha tudo pra maldizer sua sorte, é espetacular. Emocionante em cada minuto, lágrimas garantidas.